{"id":1958,"date":"2020-03-09T12:29:06","date_gmt":"2020-03-09T12:29:06","guid":{"rendered":"https:\/\/www.afibmatters.org\/ablacao-de-fibrilhacao-auricular\/"},"modified":"2021-07-21T16:59:25","modified_gmt":"2021-07-21T15:59:25","slug":"ablacao-de-fibrilhacao-auricular","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/www.afibmatters.org\/pt-pt\/o-que-o-meu-medico-pode-fazer\/ablacao-de-fibrilhacao-auricular\/","title":{"rendered":"Abla\u00e7\u00e3o de fibrilha\u00e7\u00e3o auricular"},"content":{"rendered":"
Ap\u00f3s muitas d\u00e9cadas de investiga\u00e7\u00e3o, agora \u00e9 geralmente aceite que, na maioria dos casos, a fibrilha\u00e7\u00e3o auricular \u00e9 causada (come\u00e7a) no interior ou pr\u00f3ximo das veias pulmonares. As veias pulmonares s\u00e3o vasos que ligam os pulm\u00f5es \u00e0 aur\u00edcula esquerda e permitem que o sangue enriquecido com oxig\u00e9nio volte ao cora\u00e7\u00e3o. Normalmente, existem quatro veias pulmonares ligadas \u00e0 aur\u00edcula esquerda. Existem fibras de m\u00fasculo auricular que se estendem pelo interior das veias pulmonares numa curta dist\u00e2ncia (at\u00e9 cerca de 5 cm). Em pessoas com fibrilha\u00e7\u00e3o auricular, verificou-se que essas extens\u00f5es musculares<\/strong> apresentam uma atividade el\u00e9trica que \u00e9 r\u00e1pida e n\u00e3o controlada pela atividade normal do cora\u00e7\u00e3o. O ritmo auricular resultante dessas descargas el\u00e9tricas anormais<\/strong> \u00e9 r\u00e1pido e irregular e, por conseguinte, origina contra\u00e7\u00f5es mec\u00e2nicas fracas nas aur\u00edcula.<\/p>\n <\/p>\n Atualmente, a estrat\u00e9gia mais generalizada e aceite para o tratamento da fibrilha\u00e7\u00e3o auricular \u00e9 o isolamento el\u00e9trico das veias pulmonares que reduz o risco de desencadeamento de fibrilha\u00e7\u00e3o auricular. Esse isolamento el\u00e9trico \u00e9 obtido atrav\u00e9s de um procedimento chamado abla\u00e7\u00e3o. A abla\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada por um cardiologista especializado em procedimentos invasivos e no tratamento de problemas de ritmo card\u00edaco (eletrofisiologista) e \u00e9 realizada num laborat\u00f3rio especializado em eletrofisiologia (EP).<\/p>\n O isolamento el\u00e9trico das veias pulmonares \u00e9 obtido atrav\u00e9s da cria\u00e7\u00e3o de uma les\u00e3o de tecido cicatricial em torno das veias pulmonares. Desta forma, os sinais el\u00e9tricos deixam de poder ser conduzidos atrav\u00e9s do cora\u00e7\u00e3o. Essas les\u00f5es de tecido cicatricial podem ser criadas por aquecimento (abla\u00e7\u00e3o por cateter de radiofrequ\u00eancia) ou arrefecimento do tecido (abla\u00e7\u00e3o por criobal\u00e3o).<\/p>\n A abla\u00e7\u00e3o \u00e9 um procedimento minimamente invasivo. Atrav\u00e9s de pequenas pun\u00e7\u00e3o na virilha<\/strong>, o m\u00e9dico introduz v\u00e1rios tubos flex\u00edveis (cateteres) na veia femoral que s\u00e3o avan\u00e7ados usando fluoroscopia de raios-X para a aur\u00edcula direita. Para chegar \u00e0 aur\u00edcula esquerda, o m\u00e9dico utiliza uma agulha comprida para perfurar a parede que separa as aur\u00edculas direita e esquerda<\/strong> e, em seguida, introduz o(s) cateter(es) na aur\u00edcula esquerda.<\/p>\n Independentemente da t\u00e9cnica utilizada, o isolamento da veia pulmonar \u00e9 realizado com o doente sob anestesia geral e ventilado artificialmente ou com seda\u00e7\u00e3o, mas respirando espontaneamente.<\/p>\n <\/p>\n A t\u00e9cnica mais comum utiliza uma energia de alta frequ\u00eancia<\/strong> (cerca de 550 KHz) aplicada a partir de um cateter flex\u00edvel com um el\u00e9trodo met\u00e1lico na ponta. A passagem da corrente aquece o tecido criando uma “les\u00e3o<\/strong>“. Um conjunto de les\u00f5es cont\u00ednuas num desenho circular nas jun\u00e7\u00f5es das veias pulmonares direitas e esquerdas<\/strong> origina o isolamento el\u00e9trico das veias pulmonares.<\/p>\n Durante este procedimento, o m\u00e9dico introduz dois cateteres na aur\u00edcula esquerda, um para registar sinais das veias pulmonares-alvo e o outro para distribuir corrente de radiofrequ\u00eancia num local pretendido e registar sinais. O procedimento \u00e9 orientado por uma reconstru\u00e7\u00e3o da anatomia e forma das veias pulmonares e\u00a0aur\u00edcula esquerda.<\/p>\n O isolamento el\u00e9trico \u00e9 verificado pelo desaparecimento persistente de sinais el\u00e9tricos nas veias pulmonares e em seguida, os cateteres s\u00e3o retirados.<\/p>\n Para o isolamento das veias pulmonares por criobal\u00e3o<\/strong>, um bal\u00e3o vazio especial (criobal\u00e3o) \u00e9 introduzido na aur\u00edcula esquerda, e em seguida, \u00e9 enchido e colocado na entrada das veias pulmonares. Durante a abla\u00e7\u00e3o, o criobal\u00e3o produz temperaturas muito baixas<\/strong>, congelando o tecido em contacto com o per\u00edmetro do bal\u00e3o. Ap\u00f3s um congelamento suficiente (aproximadamente quatro minutos em cada veia), o bal\u00e3o \u00e9 aquecido, esvaziado e movido para outra veia pulmonar e a abla\u00e7\u00e3o \u00e9 repetida. Ap\u00f3s o tratamento de todas as quatro veias pulmonares, o isolamento el\u00e9trico resultante \u00e9 verificado pelo desaparecimento de sinais el\u00e9tricos nas veias pulmonares e em seguida, os cateteres s\u00e3o retirados.<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\nComo \u00e9 realizado<\/h3>\n
Abla\u00e7\u00e3o por cateter de radiofrequ\u00eancia (ACRF)<\/h3>\n
Abla\u00e7\u00e3o por criobal\u00e3o<\/h3>\n
Outras t\u00e9cnicas de abla\u00e7\u00e3o<\/h3>\n